quinta-feira, 26 de maio de 2011

Livro sobre empresas brasileiras em Portugal é apresentado hoje na Embaixada do Brasil em Lisboa

A Principia Editora apresenta hoje ao público o livro "A globalização e a internacionalização das empresas brasileiras em Portugal". O lançamento da obra, da autoria de Cristiano Cechella, será na Embaixada do Brasil em Lisboa, na Estrada das Laranjeiras, a partir das 18h30.  Segundo o autor, a tendência da informação econômica sobre os dois países "é altamente positiva".

O livro nasceu a partir da tese de doutoramento de Cristiano Cechella, economista que se formou pelo Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), em Lisboa, e que tem estudado as relações econômicas luso-brasileiras. A apresentação da obra estará a cargo de Joaquim Ramos Silva, professor universitário que também tem pesquisado sobre este tema.


Após o lançamento de hoje, a Principia promoverá outras iniciativas de divulgação do novo livro. No dia 11 de junho Cristiano Cechella fará o lançamento do livro no auditório da Fnac do Chiado, às 14h30, com a apresentação de Tomaz Dentinho.

Este é o primeiro livro que trata dos investimentos das empresas brasileiras em Portugal. Também é o primeiro livro no mundo sobre a internacionalização das empresas brasileiras em um país em particular. E Portugal é o primeiro! Neste sentido, o autor realizou um profundo estudo sobre 27 fatores que descrevem o atual perfil dos investimentos das empresas brasileiras em Portugal, como benefícios para Portugal e Brasil, impacto no desenvolvimento regional, estudo de casos, fatores de competitividade, retorno sobre o investimento e a importância da geografia econômica.

Também foram contempladas pesquisas sobre a base das teorias e estudos sobre as motivações de investir no exterior, da evolução do investimento estrangeiro no mundo desde o século XIX, da ascensão dos países emergentes, em especial os BRICs, do novo estágio do Brasil como investidor internacional, e a economia portuguesa, a sua evolução e um estudo comparativo entre as motivações para investir das empresas brasileiras e as italianas, americanas, espanholas, alemãs e japonesas.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Livro mostra como era a cobertura esportiva na época da ditadura militar no Brasil


O livro Os meninos da Folha da Tarde – como eles revolucionaram o jornalismo esportivo paulista, com o selo da Editora Porto de Ideias, mostra como oito jornalistas, que trabalharam no extinto diário do Grupo Folha, cobriam o dia a dia do futebol de São Paulo, em plena época da ditadura militar. Os autores da obra são Juarez Soares, Flávio Adauto, Ítalo Neves, Celso Brandão, Hermínio Naddeo, Albino Castro, Miguel Terra e Edgard Soares.

Os meninos da Folha da Tarde apresenta como esses renomados jornalistas da atualidade, que eram garotos na época do Golpe Militar, conseguiram ‘revolucionar’ o trabalho da crônica esportiva, mesmo durante o tempo que “enquanto a bola rolava no campo, a luta comia solta nas ruas, escolas e redações”.

O livro relata, por exemplo, que, para driblar a censura, os Meninos entregavam as matérias na última hora, o que fazia com que o censor deixasse passar alguma coisa para não ser o responsável pelo atraso do jornal. A publicação faz ainda um relato do nascimento da Folha da Tarde e das histórias vividas pelos autores em um momento em que a juventude brasileira tinha importante participação na política.

Os meninos da Folha da Tarde – como eles revolucionaram o jornalismo esportivo paulista será lançado nesta terça-feira (24/5), na Livraria da Vila (Alameda Lorena, 1731, térreo - Jardim Paulista - São Paulo). A festa de lançamento terá início às 19h e contará com a presenças dos autores, que prometem uma animada sessão de autógrafos.



sexta-feira, 13 de maio de 2011

Buenos Aires ganha "Torre de Babel" de livros

Fotos: Divulgação/Ministério da Cultura de Buenos Aires
Uma torre de 28 metros de altura, em formato de rampa circular, toda feita de aço e dezenas de milhares de livros livros, foi inaugurada na última quarta-feira (11/05) em Buenos Aires para marcar a gestão da cidade como Capital Mundial do livro de 2011, título designado pela Unesco. 

A obra, batizada de "Torre de Babel de Livros", é de autoria da artista plástica argentina Marta Minujín, que reuniu mais de 30 mil exemplares de 54 países, inclusive do Brasil, como informou a assessoria de imprensa do governo de Buenos Aires. 

"É importante que todos venham (ver) porque esta é uma obra de participação maciça", disse Minujín. 

Para reunir tamanha quantidade de livros, ela contou com edições doadas pelas embaixadas e por moradores de Buenos Aires, que entregaram seus exemplares durante dois meses nas várias livrarias da cidade. 

"A ideia foi transformar a torre num veículo da cultura, unificando o mundo através dos livros", afirmou a artista. Ela disse que a realização da obra foi como "um milagre" artístico que "entrará no imaginário coletivo". 

ESPIRAL
Minujín desenhou a maquete em formato de espiral, e a estrutura foi construída com ferros por operários financiados pela Secretaria de Cultura de Buenos Aires. A "Torre de Babel", instalada na Praça San Martín, no centro da cidade, pode ser percorrida por dentro até 27 de maio, quando será desmontada. 

Durante um tour guiado, os visitantes ouvem uma gravação com a palavra "livro" dita em vários idiomas. Após o passeio entre livros, eles recebem uma cópia do conto A biblioteca de Babel, do escritor argentino Jorge Luis Borges. 

Para que a instalação não seja danificada, o governo decidiu organizar as visitas por grupos. Elas são gratuitas e agendadas no próprio local ou no site da prefeitura de Buenos Aires (http://www.capitaldellibro2011.gob.ar/torredebabel/). 

A visitação está aberta ao público entre 10h e 22h - hora em que a torre fica completamente iluminada, mostrando o colorido das capas das diferentes edições. De acordo com o secretário de Cultura, Hernán Lombardi, a construção era um "sonho da artista", que começou a alimentar o projeto nos anos 1980. 


CELEBRAÇÃO DAS PALAVRAS
"Esta maravilhosa Torre de Babel de Livros ficará na memória de todos os portenhos (os nascidos em Buenos Aires) e marcará como celebramos as palavras e as artes plásticas", disse Lombardi. 

A coleção de livros reúne romances, contos, poesias, histórias e reportagens, entre outros. Segundo a Embaixada do Brasil, foram doados 200 livros brasileiros. 

Antes da mostra, o governo da cidade realizou um inventário dos exemplares que compõem a obra e plastificou um por um, para protegê-los durante a exposição. 

Quando a mostra terminar e depois que parte dos livros for entregue aos visitantes, os exemplares restantes serão levados para uma biblioteca portenha para compor o acervo da Primeira Biblioteca Multilíngue da Cidade de Buenos Aires.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Ensinar a ler é ótimo; a interpretar é essencial

(*) Por José Ruy Lozano
 
Ninguém sabe ler de antemão, e isso não se refere apenas à decifração de códigos, letras e frases, mas sim ao desenvolvimento de capacidades leitoras diversas, como, por exemplo, a de inferir sentidos.
Frequentemente, a relevância da leitura para a vida em sociedade é debatida. São várias as preocupações de pais e educadores no que se refere às exigências sociais associadas a ela, seja em função de atividades profissionais que exigem comunicação verbal eficiente e boa redação; ou em função de necessidades mais gerais, relativas à inserção social, o que demanda saber ler diferentes tipos de texto, ou mesmo saber utilizar o nível de linguagem adequado a diferentes situações.
Ainda que existam, hoje, muitas mídias que viabilizam o acesso rápido e irrestrito a informações úteis para a vida cotidiana, o texto escrito é ainda o meio fundamental de obtenção do conhecimento. Isso porque ele oferece ao leitor possibilidades de interpretação e, portanto, maior autonomia. Quando lemos, também construímos os sentidos, pensamos autonomamente, elaboramos nossas indagações e recusamos, confirmamos e/ou redefinimos respostas. O leitor é aquele que reescreve o significado do texto a partir de sua interação com as intenções de quem escreveu.
Se a importância da leitura é consensual, a constatação de que nossos filhos lêem mal desperta grande inquietação, além do desejo de ajudá-los no processo de aquisição da capacidade de ler com eficiência e inteligência.
O primeiro passo para ensinar a ler textos de maior complexidade é justamente o de compreender o quão complexo pode ser, para as crianças e jovens, um texto que para nós, adultos, é relativamente fácil ou óbvio. Nesse processo, não existem obviedades. O que é claro e evidente para mim nem sempre o é para uma criança. Ela detém um repertório mais restrito, tanto de palavras quanto de experiências.
O que nos induz ao próximo passo: ensinar a ler exige a intervenção ou a mediação ativa de quem propõe a leitura, sejam pais ou professores. E tomando o cuidado de não ler para a criança, substituindo sua experiência de leitura. É preciso ler com a criança, questionando-a sobre passagens que ocultem implícitos importantes para a compreensão global do que se lê, além de estabelecer relações de significado que, de outro modo, passariam despercebidas.
Assim, estaremos ensinando que ler é mais do que decifrar letras: ler é pensar sobre o que se lê. E isso fará toda a diferença no futuro.
Outro elemento importante para permitir o aprendizado desta atividade é possibilitar o acesso da criança à maior variedade possível de textos, em diversas situações sociais de leitura. Ler é algo que se desenvolve por meio da imersão em sua prática, não atividade exercida de modo descontextualizado da vida em sociedade. De acordo com essa visão, o adulto precisa mostrar para a criança como os textos que circulam na sociedade podem ser usados, a fim de que ela compreenda os seus sentidos.
Charges ou tirinhas de jornal, por exemplo, muitas vezes não são compreendidas pelos mais novos. “O que tem de engraçado aqui?” perguntam-se. Isso ocorre quando o efeito de humor passa por um dado cultural desconhecido pelo jovem leitor. Esse dado pode ser apenas uma palavra de duplo sentido ou até mesmo um pressuposto que exige o reconhecimento de fatos políticos ou históricos. Propagandas estabelecem relações de sentido que podem ser inferidas de acordo com a intenção daqueles que as produziram e com o público a que se destinam os produtos. Uma notícia pode ser escrita com diferentes intencionalidades, visando a finalidades que não são apenas as de informar. Da mesma maneira, um artigo de opinião pode refletir tendências ideológicas de quem o publica.
Compreender essas relações não é fácil, nem pode ser dado como pré-requisito. Como já se afirmou aqui, ninguém sabe tudo de antemão; ou seja, a criança precisa ser ensinada a ler com profundidade. Ao questionarmos nossos filhos sobre todas essas complexidades, em diversas situações sociais, estaremos evidenciando a eles que ler envolve “um montão de coisas”, o que provavelmente os induzirá a ler não somente com maior atenção, mas também de modo mais inteligente.
A atitude do adulto diante da leitura deve ser positiva, se ele quiser influenciar o jovem a ler mais e melhor. Essa postura inclui necessariamente um envolvimento afetivo com o que lê. O adulto é quem oferece um modelo de leitura para o aluno-leitor, servindo-lhe de exemplo e espelho. Caso a criança não reconheça a importância da leitura nas atitudes do adulto, seu modelo, qualquer estratégia será em vão. Continuamos ensinando melhor por nossas obras do que por nossos discursos.
 
(*) José Ruy Lozano é professor do Ético Sistema de Ensino (www.sejaetico.com.br), da Editora Saraiva, e licenciado em Ciências Sociais e Letras pela Universidade de São Paulo (USP)